Cientistas descobriram a razão da formação de "rugas" nos dedos na água

Rugas nos dedos que aparecem após contato prolongado com água são de interesse dos cientistas há muito tempo. Pesquisas recentes conduzidas por cientistas americanos finalmente lançaram luz sobre esse misterioso processo associado ao sistema circulatório e às adaptações fisiológicas do corpo.

O engenheiro biomédico Guy Herman decidiu descobrir se as rugas sempre se formam da mesma maneira e o que exatamente causa seu aparecimento. Durante o experimento, três voluntários foram convidados a mergulhar os dedos na água por 30 minutos, e então os pesquisadores registraram as mudanças usando fotografias especiais. Eles mostraram que os padrões formados nos dedos molhados — picos e vales em forma de alças — foram repetidos nos participantes mesmo após eles os molharem novamente um dia depois.

“Isso indica que o mecanismo de formação de rugas não é um fenômeno aleatório, mas um processo fisiológico sistêmico”, concluem os cientistas.

Os pesquisadores explicam que quando a pele fica molhada, a água penetra pelos dutos sudoríparos abertos, causando uma diminuição na concentração de sal na camada externa da pele. Essa alteração química envia sinais nervosos ao cérebro que ativam o estreitamento dos vasos sanguíneos, chamado reflexo vasoconstritor. Como resultado, os vasos se contraem, esticam e se deslocam levemente, o que leva à formação de dobras e rugas características. Herman enfatiza que os vasos sanguíneos não mudam significativamente de posição, mas apenas se deslocam ligeiramente uns em relação aos outros, criando esses mesmos padrões.

Curiosamente, essas rugas não eram um efeito colateral ou uma deformação acidental da pele. Eles desempenham uma função importante: aumentam a tração em superfícies molhadas, tornando mais fácil caminhar em objetos molhados ou agarrar em superfícies escorregadias. Em condições em que a pele fica molhada, essas dobras ajudam a evitar escorregões e proporcionam melhor aderência, o que é especialmente importante para a sobrevivência em condições naturais.

Cientistas especulam que a textura temporária pode reduzir a sensibilidade dos dedos ou torná-los mais vulneráveis ​​a lesões. No entanto, as razões exatas para isso permanecem desconhecidas, e os pesquisadores continuam estudando os mecanismos por trás desse fenômeno.

Anteriormente, acreditava-se que o aparecimento de rugas estava associado ao inchaço causado pela retenção de líquidos. No entanto, um estudo de 2016 descobriu que isso requer um inchaço da pele de pelo menos 20%. Também foi descoberto que rugas não se formaram em pessoas com nervos danificados, indicando que o sistema nervoso desempenhou um papel importante nesse processo. Herman e sua equipe testaram isso em um de seus alunos que tinha danificado o nervo mediano dos dedos e descobriram que ele não desenvolveu rugas – apoiando a hipótese de regulação neural.

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